Três rotinas no Mineirão: torcida do Cruzeiro comparecendo em peso e cantando o tempo todo; defesa que passa sempre incólume (não sofreu nenhum gol nos seis jogos que disputou no gigante da Pampulha) e, claro, 100% de aproveitamento.
Se nesta tarde de feriado a equipe de Pezzolano não primou pelo volume ofensivo – a Raposa não criou tanto assim –, a partida valeu sobretudo como novo retrato da solidez da retaguarda celeste. Salta aos olhos a organização coletiva que o comandante uruguaio consegue implantar no seu escrete para combater sem a bola. Esta valência tática vem sendo complementada com esmero pelas virtudes individuais: o trio Zé Ivaldo, Oliveira, e Eduardo Brock não concedeu um tento sequer aos oponentes quando jogou junto.
A Ponte Preta surpreendeu no primeiro tempo ao apertar a saída de bola azul com linhas bem altas – talvez Hélio dos Anjos tenha observado a dificuldade que o Cruzeiro teve no Maracanã para sair jogando por baixo. O duelo se desenrolava encardido. Jajá, com sua leveza, seu poder de drible, seu jogo vertical, parecia fazer falta. Eis então que surge o passe mágico de Neto Moura para Edu finalizar com maestria não menos exemplar. 16º- gol do centroavante em 24 jogos na temporada.
Logo no começo da etapa derradeira a Raposa assegurou o resultado em lance que chamou a atenção pela combinação entre os alas: assistência de Geovane Jesus para arremate de Bidu.
Placar resolvido, o andamento do restante da partida materializou-se um tanto arrastado. Canesin, que em geral destoou dos companheiros e não fez um bom jogo, perdeu chance clara de anotar o terceiro.
Sem brilho, mas com consistência sobretudo defensiva: assim o Cruzeiro venceu mais uma na série B.
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