Blog do Cadu Doné

O empate do Galo na Libertadores

  • por em 9 de março de 2023

Com mais um belo gol anotado, Paulinho se firma como um dos destaques do Galo na temporada. Foto: Pedro Souza / Atlético

O Galo fez um bom jogo contra o Millonarios na Colômbia. Não foi brilhante, mas apresentou-se soberano por mais minutos do que o adversário; criou número superior de chances claras. Hulk, por exemplo, desperdiçou duas oportunidades de modo bem atípico – uma delas em uma cavadinha, especialidade do seu vasto repertório –, em rara noite infeliz.

Para um espectador desavisado, pouco iniciado nas alçadas táticas, talvez a saída de Pedrinho do time titular para a entrada de Otávio indicasse necessariamente um alvinegro pouco ousado fora de casa. Este cenário não se desenhou. Em nenhum momento dá para dizer que o Atlético pecou por uma cautela exacerbada – tampouco que lançou-se ao ataque de maneira veemente por longos períodos.

Desejado pelo também poderoso Palmeiras, Allan, em função da utilização de Otávio, deixou de ser aquele primeiro volante absoluto, o regente que organiza tudo de trás, o elo mais recuado do meio-campo, ganhando, em diversos instantes, liberdade para avançar, seja para receber a bola um tanto adiante, seja para apertar a saída inimiga. Parecia ora funcionar como o integrante centralizado de um trio de meias – 4-1-3-2, com Otávio sendo o “número um” –, ora formar uma dupla de volantes com o último citado – que teve sólida atuação, diga-se – num 4-4-2 – no qual, na fase defensiva, na segunda linha, enquanto Patrick fechava o lado esquerdo, Edenilson auxiliava Saravia no outro flanco.

Pela ausência de pontas de ofício – Keno, Savarino, Ademir… –, vira e mexe batia certa sensação de que os mineiros eram pouco agudos, verticais. Este traço deverá ser dirimido com o tempo, uma mais profunda assimilação do que Coudet deseja e, principalmente, com o retorno de Arana.  

Individualmente, mais uma vez, destaque para o talento e para a personalidade de Paulinho. Que contratação! Se o jovem já vinha agradando pelos bons passes distribuídos para – entre outros – Hulk na temporada, fomos brindados com a maestria dele também para concluir. E a completude do seu jogo não para por aí: novamente parceiro do super-herói alvinegro no ataque, não esqueçamos que ele pode render bastante também mais recuado, construindo por dentro ou agredindo pelas beiradas.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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