Blog do Cadu Doné

Galo e Palmeiras: empate justo, jogo sonolento e as bizarrices da CBF  

  • por em 5 de junho de 2022

Hulk, assim como os outros jogadores de ataque dos dois lados, pouco produziu no modorrento duelo deste domingo (Pedro Souza/Atlético)

A CBF e sua arte de sempre atrapalhar; novamente uma partida que tinha tudo para ser uma das melhores do campeonato já começa esvaziada pela eterna e pior bizarrice do nosso calendário – e olha que são muitas: não pararmos em datas Fifa. Prejuízos para ambos os lados e, obviamente, para o produto. Para agravar a situação, o Galo permanece com o DM repleto de nomes importantes e o Palmeiras perdeu Raphael Veiga, seu principal articulador, com problema na coxa, logo no início do embate. Aliás, se pegarmos estas observações relativas ao âmbito físico, e lembrarmos do nosso abissal excesso de cotejos, precisamos ao menos contextualizar a possibilidade de que também nisso a incompetência da “entidade maior” do nosso futebol possa ter avacalhado, ainda que indiretamente, o espetáculo deste domingo.

Feito o exposto, também é verdade que, mesmo com os entraves mencionados, os dois times poderiam tranquilamente ter protagonizado um evento melhor, minimamente instigante, animado e bonito, no Allianz Parque; os dois conjuntos ficaram devendo, merecem críticas pela ausência de qualquer centelha de inspiração, coletiva ou individual. O 0 a 0 retratou do modo mais fidedigno possível o que aconteceu – ou melhor, o que deixou de ocorrer – dentro de campo.

Do lado do Galo, uma observação tática: Nacho é craque e Sasha um excelente jogador. Com um destes dois tendo de ocupar mais a faixa esquerda e imprimir ritmo, velocidade pela beirada, entretanto – Hulk de centroavante, Ademir na direita, e dois volantes –, o escrete fica torto e perde demais em dinamismo. O argentino funciona melhor construindo por dentro, e Sasha como um 9, um segundo atacante, ou mesmo como a peça central de um trio de ligação num 4-2-3-1; em suma: nenhum dos dois tem como valência principal a explosão, e nenhum se sente no próprio habitat natural aberto, dando amplitude. Contudo, vale ressaltar: complicado culpar “El Turco” por essa questão devido às ausências que tinha.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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