Blog do Cadu Doné

A vitória sobre o Millonarios e o Galo ideal

  • por em 16 de março de 2023

Com Paulinho e Hulk esbanjando entrosamento e qualidade no segundo tempo, o Galo superou os colombianos. Foto: Pedro Souza / Atlético

Depois de um primeiro tempo um tanto insípido, o Galo cresceu na segunda etapa, jogou bem, e venceu, com merecimento, o Millonarios, da Colômbia.

Se as individualidades de Hulk e Paulinho encantam separadamente, enquanto um organismo vivo, uma dupla na mais genuína acepção da palavra, chega a assustar o rápido e acentuado entendimento entre os dois. A naturalidade com que dialogam, as incessantes trocas de passes decisivos…

Do meio para frente, na partida da última quarta, o Atlético entrou com aquele que, para muitos, forma o time ideal. 4-1-3-2, o esquema de predileção do comandante; Allan primeiro volante – Otávio no seu lugar e com a mesma função após a lesão do primeiro; na trinca de meio-campistas, Patrick pela esquerda, Zaracho por dentro – sendo a figura mais próxima de um “10 clássico” –, e Edenilson na direita; no ataque, Hulk – mais próximo ao flanco direito – e Paulinho – conversando mais frequentemente com Dodô, pelo lado canhoto.

A principal dúvida hoje no que tange à escalação ideal dos alvinegros desnudou-se vividamente ao longo do cotejo em análise. Edenilson portou-se discretamente nos 45 minutos inaugurais, e, em geral, neste início de temporada, ainda não se firmou – considero cedo, deixo claro, para conclusões definitivas, sobretudo acerca de uma peça com serviços prestados tão consistentes no mundo da bola. Pedrinho, que na vaga do citado volante entrou logo na volta do intervalo, participou de modo mais convincente da disputa. Na comparação entre ambos, note-se também a cristalina discrepância em termos de estilos: podem ocupar espaços similares, o sistema seguir o 4-1-3-2, mas mostra-se óbvio que Pedrinho é mais criativo, driblador, agudo, enquanto Edenilson, por sua vez, prima superiormente pelo preenchimento de espaços pelo centro, pela força no combate – embora possua inegável dinâmica para também contribuir na fase ofensiva.

Noves fora a necessária paciência para esperar um pouco mais o desenvolvimento da temporada e, aí sim, oferecer diagnósticos mais peremptórios, fujamos da tentação de ansiar vorazmente por uma escalação ideal definitiva, imutável; à parte possíveis variações na qualidade das performances de Edenilson e Pedrinho, pensemos em suas diferenças e em como estas podem determinar qual opção revela-se a mais adequada a cada circunstância.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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