O Galo venceu o Democrata de Sete Lagoas com contundência. Desempenho convincente no primeiro tempo. Passes curtos envolventes, insinuantes. Aproximação, dinâmica, sincronismo entre as peças para atacar. O repertório mostrou-se vasto. Na etapa final, a equipe da capital teve menos volúpia, mas administrou o cotejo com tranquilidade.
Durante o enfrentamento em questão, no tradicional 4-1-3-2 de Coudet, o meio-campo do Atlético foi composto da seguinte maneira: Allan como o “camisa 5”; na trinca de armadores, Patrick na esquerda, Edenilson centralizado, e Pedrinho na direita. O último, substituído no segundo tempo, brindou a torcida com ótima atuação na metade inicial do duelo. Já o primeiro, no setor que ocupou, de certa maneira, achou o melhor dos mundos para suas características. No São Paulo, com frequência, posicionava-se na ponta canhota, bem aberto. No Inter, habituou-se mais ao labor de volante que sai para o jogo. No desenho do seu treinador atual, transitando entre o lado de sua predileção, e o meio, por onde se consagrou no Colorado, encontra o habitat perfeito para seus atributos – um pouquinho, uma junção das duas partes do gramado que tanto aprecia.
Depois de promover a estreia do jovem lateral Vitor Gabriel na volta do intervalo – para a saída de Mariano –, nas alterações seguintes realizadas pelo comandante alvinegro, Igor Gomes entrou centralizado e Hyoran na esquerda; com isso, Edenilson deslocou-se para a direita. Mais adiante na partida, este último tornou-se primeiro volante, quando Allan deixou o campo. Em suma, notemos: num mesmo jogo, Edenilson executou três papéis distintos.
No folgado triunfo contra o fraco conjunto de Sete Lagoas, escancarou-se a versatilidade de um importante atleta alvinegro. E as possibilidades neste sentido não param por aí.
Paulinho vem sendo o parceiro de Hulk no ataque. Se Coudet desejar juntar Vargas ao super-herói da massa, a pérola que apareceu no Vasco não necessariamente teria de abandonar o time; poderia, perfeitamente, realizar qualquer uma das três funções da linha de armadores. Afinal, no Bayer Leverkusen, adquiriu repertório tático para funcionar tanto nas beiradas quanto qual um criador mais clássico.
E lembremos: Zaracho, o rei da polivalência, ainda não retornou de contusão. O mar de alternativas que se abre para Coudet não pode ser esmiuçado em somente uma coluna.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.