Empatar em Bragança Paulista não costuma ser ruim. Pelo que Galo e Bragantino produziram nesta quarta, contudo, os mineiros mereciam a vitória. Primeiro tempo, em grande medida, equilibrado – embora até nesta fase da partida o Galo tenha criado um pouco mais. Segunda etapa, aí sim, claramente do Atlético.
“El Turco” escalou e posicionou o time corretamente no que tange ao sistema empregado – 4-2-3-1 com Keno na esquerda, Zaracho na direita e Nacho centralizado no trio de armadores. As falhas, as oscilações competem à alçada dos mecanismos, da compactação, da harmonização entre os setores, da sincronização dos movimentos, aos deslizes individuais, e não à seleção de nomes e/ou à escolha da função de cada atleta – e os defeitos das naturezas descritas ocorrem num patamar dentro de certa normalidade, de um bom senso; sim, o argentino segue fazendo jus ao voto de confiança de todos para conseguir afinar seu conjunto. Por enquanto, o trabalho não exala confiabilidade exacerbada, mas está longe de ser ruim, e cairíamos na falta de sabedoria, na impaciência injusta que impera no futebol caso classificássemos peremptoriamente a passagem do nosso “Hermano” por aqui já como um fracasso.
Nacho mais uma vez se destacou – não só pelo gol. Melhor em campo. Arana, convocado por Tite mais cedo, também correspondeu.
Muita gente anda pecando por uma confusão entre perspectiva pelo nível elevado do elenco, e exigência desmedida. O plantel é bom. Claro que a cobrança será forte. Sair deitando em cima de todos os adversários, todavia, não aparece qual objetivo razoável para se traçar, e não deslizar pelo gramado como um grupo de balé que encanta no teatro Scala de Milão, não significa ficar devendo. Em suma: jogar bem, merecer o triunfo não são coisas advindas apenas quando um verdadeiro show é oferecido, quando a superioridade é esfregada nas nossas caras.
Quase sempre o Galo tem ido bem ou atingido patamar no mínimo ok, atuado melhor ou num digno equilíbrio diante de respeitáveis oponentes. Confundir este quadro com desempenho fraco cai na vala do não saber o que cobrar.
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