O sistema tático de predileção de Eduardo Coudet, o 4-1-3-2, é pouquíssimo utilizado no Brasil. Conforme escrevi neste espaço em outra oportunidade, o grande “case” de sucesso desta formação por nossas bandas se deu em 2019, com outro gringo, comandando o segundo maior rival do Galo: Jorge Jesus e seu Flamengo avassalador, provavelmente o escrete que, no seu auge, apresentou o melhor nível visto por aqui nos últimos anos.
Tudo o que é raro, novidade, desconhecido, desperta incompreensões e, não raramente, questionamentos infundados. Uma objeção levantada com relação ao desenho do Atlético atualmente passa pela decantada “ausência de pontas”. Sim: o 4-1-3-2 normalmente se atrela ao cacoete de concentrar demais suas peças no centro – o que vejo, vale salientar, como uma virtude. Esta faceta não há de proibir, todavia, que o conjunto esbanje amplitude com laterais que atuem espetados, agressivamente. Neste quesito, um detalhe pouco lembrado: se Dodô não transmite confiança qual um ás do apoio – atuação fraca diante do Carabobo –, Arana, o verdadeiro titular da posição, talvez seja o nome ideal no cenário nacional para encarnar a figura do lateral ofensivo, driblador, condutor de bola, craque, quebrador de linhas – atuou como construtor por dentro sob a batuta de Sampaoli, alguns dirão; mas este mesmo atleta destacou-se vividamente num Corinthians campeão brasileiro posicionando-se mais aberto; em suma: Arana é diferenciado de qualquer jeito e tem tudo para servir como um escape confiável e agudo na ponta canhota.
Pensando fora dos escopos batidos do 4-3-3/4-1-4-1 e do 4-2-3-1, também não devemos descartar o seguinte: com uma dupla de ataque – e não um centroavante isolado, padrão no Brasil há anos –, sobretudo uma composta por dois integrantes móveis – caso do Galo, com Paulinho e Hulk –, mostra-se perfeitamente viável que um deles, ou até ambos, numa espécie de revezamento, procure os flancos com assiduidade. Aprendamos com o passado: na década de 90, quando o que reinava no ludopédio tupiniquim era o 4-4-2, na lendária parceria entre Marques e Guilherme, o primeiro não permanecia quase sempre grudado na ponta esquerda, distribuindo assistências para o “9” da vez sem o menor pudor com cristalina destreza e em quantidades industriais? Portanto, a figura do segundo atacante pode sim dirimir a ausência de um “ponta fixo”, deslocando-se para as beiradas inclusive sem se limitar a uma delas.
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