Oportunista seria tentar utilizar o usualmente antipático e infantil “não falei?!” ameaçando a diminuir Fábio para exaltar Rafael Cabral. Sim, pela grandiloquência do maior goleiro da história da Raposa – não obrigatoriamente o melhor em termos técnicos (Dida, Raul) –, natural boa dose de celeuma quando, de repente, ele deixou a Toca. Ficar reticente, na época, não necessariamente deveria indicar diminuição ao novo arqueiro azul, que já exibia bela trajetória. Chorar, gritar, e apontar que é emblemático, representativo, um divisor de águas, uma classificação com participação tão indescritivelmente impactante do atual “camisa 1” celeste, não é só natural; revela-se justo, preciso – e, óbvio, entender que a página virou, não há de condicionar qualquer ameaça de mudança no modo de ver o antecessor que tantas vezes salvou a lavoura, inclusive em disputa por pênaltis. Fábio e Rafael: dois profissionais formidáveis que só merecem elogios.
Segundo ponto: vendo o jogo pela Amazon, mas girando por todos os canais que de alguma maneira cobriam a partida, uma verdade inconveniente: finalmente boa parte da imprensa descobriu o amor que a torcida do Cruzeiro carrega pelo clube. Quem acompanha a história com verdade, coragem, escapando da tendência de só se apropriar do que o espírito de rebanho – Nietzsche – sugere, não se surpreende com o comportamento ímpar das arquibancadas cruzeirenses. A narrativa do senso comum de quem empunha os microfones – não somente; mas quem trabalha no ramo deveria saber mais e influencia consideravelmente as próprias “opiniões” que se espalham nos espaços públicos – sempre tendeu para o clichê, tácita ou expressamente, que define a torcida do Cruzeiro como se ela não fosse “A” fanática, não fosse do povo, de “massa”, não apoiasse a qualquer preço. Tudo mentira. Antes tarde do que nunca: agora, tudo indica, pelo menos alguns descobriram a pólvora.
E também não é novidade, diga-se, torcidas escancararem certas coisas justamente quando, espremidas contra a parede, forjam-se ainda mais na adversidade. Então, fugindo de dicotomias, destaquemos também o outro lado: soar mais fanática justamente na pindaíba, nos tempos de vacas magras, em triunfos oriundos de peladas pouco midiáticas, acontece basicamente sempre; a torcida do Cruzeiro não inventou isso. As torcidas de futebol são muito mais parecidas do que as pessoas gostam de admitir.
E não: dizer tudo isso acima não significa que os adeptos de A ou B não sejam igualmente fanáticos.
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